Prof. Doutor Nuno Borges

Nacionalidade: Portuguesa

Formação Académica:
1995 - Doutoramento em Biologia Humana, Faculdade de Medicina do Porto
1989 - Licenciatura Ciências da Nutrição, Universidade do Porto

Cargos Actuais: Professor Associado, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto desde Abril 2002; Regente da disciplina de Farmacodinamia na mesma Faculdade desde 1998; Professor Convidado, Curso de Medicina, Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho.

Trabalhos relacionados com a palestra:
Borges N (2005) Tolcapone in Parkinson's disease: liver toxicity and clinical efficacy. Expert Opin Drug Saf 4(1):69-73
Santos A, Borges N, Cerejo A, Sarmento A, Azevedo I (2005) Catalase Activity and Thiobarbituric Acid Reactive Substances (TBARS) Production in a Rat Model of Diffuse Axonal Injury.
Effect of Gadolinium and Amiloride. Neurochem Res 30(5):625-31

Resumo da Palestra
Será consensual afirmar-se que as múltiplas relações entre o que comemos e a nossa saúde estão hoje mais exploradas do que nunca. Este facto é-nos diariamente relembrado, seja pelo prodigioso número de publicações científicas dedicadas ao tema, seja pelo impacte que esse conhecimento tem nos meios de comunicação social.
O envelhecimento da população, com especial incidência nos países mais desenvolvidos, tem aumentado o interesse sobre o estudo das doenças neurodegenerativas, de se destacam a Doença de Parkinson (DP) e as demências, nomeadamente a Doença de Alzheimer (DA).
De entre essas relações entre saúde e alimentação, fazem então parte as que exploram associações entre a incidência de doenças neurodegenerativas e determinados tipos de padrão alimentar. Adicionalmente, e igualmente importante, vários trabalhos e estudos clínicos tentam melhorar a condição de indivíduos já afectados por estas doenças.
Sob o ponto de vista epidemiológico, têm sido encontradas associações muito interessantes. De entre elas, destaca-se a redução da incidência de DP e de DA em indivíduos com ingestão energética baixa. Foram igualmente descritas associações com o padrão alimentar Mediterrânico (protecção) e com a carência de ácido fólico (aumento do risco). Os compostos antioxidantes presentes na dieta assim como alguns tipos de ácidos gordos poliinsaturados parecem também ter um papel protector.
No que concerne ao tratamento dos doentes com DP ou DA, alguns aspectos dietéticos são também relevantes. Assim, na DP o teor proteico da dieta e até a sua distribuição ao longo do dia parecem afectar a eficácia do tratamento com a levodopa. Também na DP, as alterações do peso podem ser relevantes para a qualidade de vida destes doentes. Na DA, assume especial importância a capacidade de manter um bom estado nutricional dos doentes, mesmo em fases da doença nas quais a ingestão alimentar esteja já comprometida.

Referências:
Chen H et al. Am J Epidemiol 2007;165:998–1006
Gao X et al. Am J Clin Nutr 2007;86:1486 –94.
Lorefält B. et al. Gerontology 2006;52:160–168
Matson MP. Ann Intern Med. 2003;139:441-444.